quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O vermelho do povo não é de papai noel. À militância!

O vermelho do povo não é de papai noel...

Pelo fim da falsidade do Natal e, em contrapartida, por um estado permanente e REAL de solidariedade, companheirismo e amor ao próximo. Não é de oração por oração que o povo esfomeado, que o povo sem casa, que o povo bolado e puto com essa porra toda precisa. Também não é com caridade natalina que se muda o mundo. Importante? É! O povo, afinal, precisa comer, bem como pra muitos a oração tem um sentido positivo, um valor fundamental. Mas não bastam as orações, nem mesmo os atos de caridade isolados, sobretudo aqueles que mal cheiram preconceito, ódio e falsidade, onde o ano inteiro de desprezo e descaso estiveram inundados. Definitivamente não bastam! 

Pra mim, esse estado permanente de solidariedade, de companheirismo e amor ao próximo se chama militância, e não natal. O natal é uma data que no fim das contas serve para massagear o ego de muita gente - que, a propósito, se afunda em dívidas. É uma data importante pro capitalismo fazer com que milhões de pessoas que o sustentam sem querer sintam mais "humanas", mais solidárias. Isso porque o capitalismo sabe que ele não é humano, que os valores mais genuinamente humanos e solidários não têm frutos em seu vasto solo podre. E a humanidade precisa de humanidade. Pra isso serve o natal. Um exemplo prático e simples, a Igreja, que existe há dezenas de séculos, sustenta o natal, mas nunca quis mudar o mundo. Nunca moveu um dedo para que isso ocorresse, mesmo falando em "ajuda aos pobres". A solidariedade deve sair da tutela do sistema e vir pra nossa. Pra nossa tutela transformadora. É em nosso seio, nesse seio que precisa e anseia transformação, que a solidariedade mais vibra, mais tem sentido e mais se faz necessária. Se quisermos mudar, devemos agir em função disso, de modo incisivo e determinado. Por isso, faço uma convocação, pessoas todas que puderem ver esse post nesse 24 de dezembro de 2013:

Nós que nunca havíamos nos movido para tentar mudar algo, que nos dediquemos à militância a partir de 2014; Nós, que já estamos na labuta de transformação social há um bom tempo, que façamos desse 2014 um ano ímpar nessa empreitada, mais um ano de reafirmação de nosso compromisso; Nós, que não somos donos de nada, inclusive não inteiramente de nossas vidas, façamos que sejamos donos ao menos dessas nossas vidas que nos foram (são) roubadas todo dia. Expropriemos nossas próprias vidas à nós mesmos, furtando-as da lógica de mercado e de apatia e jogando-as à determinação e garra militante, para que, além de conquistarmos elas próprias, conquistemos verdadeiros ganhos e frutos para a construção do mundo da solidariedade, eliminando cotidianamente o mundo da ganância e da mentira.

As orações, as caridades, as místicas, eles cabem na militância. E vou dizer ainda: combinam muito mais com a militância do que com uma reunião em frente a um peru e em torno de uma árvore colorida com presentes.

Que a militância tome o valor que o natal tem para si própria. Isso porque é preciso mudar o que vivemos, onde vivemos. É urgente mudar. Que nossa prática tome de assalto o sistema e suas datas medíocres. Que nossa prática tome de assalto nossa vida e a organização dela do sistema e de seus ditames horríveis.

Por mais militância e menos natal, esses são os meus votos!