sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A estratégia de guerra desleal e as mentiras da ponte pra lá e a necessidade de União, Organização, Solidariedade e Combatividade da ponte pra cá: 100% ANTICOPA

Tentam nos impor derrotas antes mesmo de junho. Estão desesperados, mas sabem se desesperar estrategicamente. Já conhecem, pelo gosto amargo que provaram ano passado, nossa revolta e nosso poder. Nos chamam de terroristas, de vândalos, tentam nos separar uns dos outros, tentando fazer-nos repetir tudo que repetem insistentemente na grande mídia, quando separam os "baderneiros" dos "manifestantes". E separam em todo momento. Já podemos suspeitar quando a grande mídia repete feito papagaio alguma coisa que está em voga na opinião pública, num debate aberto na sociedade; geralmente existem segundas intenções, tem malícia no jogo. Tentaram subtrair nossa força quando inocularam mil e uma pautas vazias para silenciar as nossas próprias, aquelas de onde as nossas manifestações surgiram mergulhadas e enfurecidas, que ardem o nosso couro diariamente. Nisso eles tentaram enfiar-nos guela abaixo "fora corrupção", "fora Renan Calheiros", "fora corruPTos", quando o que nos lançava às ruas era o não aumento (e redução) da tarifa do transporte público (o que se ampliou para o fim da repressão, fim da truculência da PM e inevitavelmente em muitos momentos o fim da própria PM - depois das cenas de horror e de violência policial).

O horror é protagonizado pelo lado de lá, por eles, por seus agentes raivosos que vos defendem babando fúria e destruição. Por isso nos jogam bombas, nos dão tiros, nos dão pauladas, nos humilham e nos olham como se fôssemos bifes suculentos para um cachorro esfomeado, ou mesmo como se fôssemos ratos para um gato caçador. E foi por isso que nosso movimento multiplicou-se grandiosamente; e é por isso que não tem dessa de "PM é amiga do povo". Quem ousa falar isso em uma manifestação de junho não percebe o fator que levou milhões (inclusive ele mesmo) às ruas. São eles que nos aterrorizam, que nos impõe duros golpes, quase sempre fatais.

Apelam para a filosofia militar de guerra tanto nas ruas, com a PM nos tratando como inimigos mortais, assassinando pretinhos na favela e soltando bombas em senhores de idade na Antônio Carlos, como também na investida midiática que nos impõe, baseada no medo e na mentira, apelando para um jogo de terror desleal. Soltam notícias sobre "os black bloc", quem são, quantos são, de onde surgiram e quais armas usam, estão repetindo a expressão "vandalismo" em todas as oportunidades possíveis que envolvam alguma confusão, quaisquer que sejam as circunstâncias, e agora temos percebido a nova onda de matérias e manchetes que divulgam quão forte está ficando o aparato repressivo do governo, o quão estão investindo em polícias, em tropas, em armamentos, e quão estão dispostos a nos fazer sangrar.

Eles são espertos, já têm habilidade nesses casos, pois já estão embarcados nessa lógica de guerra desleal, de atacar e eliminar quem quer que seja que esteja no vosso caminho, atrapalhando seus negócios, seus lucros, vossa condição estável de dominadores, em ações e movimentações desproporcionais, jogando sempre sujo, por meio de calúnias, mentiras, manipulações e terrorismo psicológico. Nada difícil ou desconhecido para eles. São eles, afinal, os promovedores de guerras; financiam e defendem na opinião pública as grandes guerras imperialistas e as guerras ao "inimigo interno". Eles gostam disso, pois só assim sustentam repressivamente sua dominação sobre a nossa classe em todo o planeta. Os pilares de vosso império cheiram o sangue de nosso povo derramado pela história.

Querem com essa jogada de terror nos retirar das ruas. Querem que sintamos medo, tanto de nós mesmos quanto deles próprios. Se há algum terrorista nesta história não são os jovens encapuzados que jogam pedras em lojas de ricos ou em bancos, ou mesmo que ateiam fogo em sacos de lixo nas ruas. Se há algum terrorista nessa história são eles próprios. Genuínos terroristas, da pior espécie: desleais, manipuladores, mentirosos e sanguinários, que detém o monopólio da violência e da tortura no Estado.

Já chamaram a nós anarquistas de terroristas em diversos outros momentos na história. Todos que ousam lutar contra eles, resistindo aos ataques da repressão com o punho firme, dão um jeito de criminalizar. Sensibilizam a opinião pública para algum discurso demagogo e enganador, para então tocarem nessa ferida nos empurrando como os grandes vilões, os grandes causadores da discórdia e da balbúrdia. Em nome da organização de vossos lucros, da manutenção desse sistema que os sustenta sobre a gente, eles impõe à sociedade, aos pobres mais dolorosamente, o desastre. Nós é que somos vítimas da violência do capitalismo - tanto da desigualdade quanto da violência fruto da desigualdade, enquanto eles é que desfrutam das ações milionárias, das obras superfaturadas e dos nossos conflitos internos.

É permanentemente urgente continuarmos com nossa construção de Poder Popular para reagirmos e resistirmos aos ataques dos desgraçados. Eles amparam, a tiro e a bomba, a extorsão da FIFA sobre o nosso povo. No Uruguai, no México, como em outros países, os desgraçados que roubam nosso suor e entregam às empresas multimilionárias gringas nos sapecando chumbo e borracha são conhecidos como "vende-pátrias". Sigamos com força, com determinação, garra, punho e dentes apertados, dispostos a triunfar ante a repressão, a exploração e a mentira, ante aos interesses do capital e seus meios pérfidos de defendê-lo. Sigamos na luta diária de criar um Povo Forte, capaz de reagir com suas próprias mãos ao ataque do maldito explorador, do imperialista. Já resistimos e nos mostramos fortes ante aos ataques dos militares nas ruas de BH, sigamos repudiando e buscando desconstruir a mentira e a falsidade que se infestam nas tevês, nos jornais, nos rádios, que servem como pilares para a massificação da opinião pública. Quebremos esses pilares, destruamos suas estruturas ideológicas e materiais para construirmos a verdade, a sua estrutura sincera e verdadeiramente democrática, popular.

Essa Copa representa ao povo a brutalidade, o despejo, a ironia, a pilantragem, a extorsão. Vamos às ruas em junho com a determinação de barrar a Copa do Mundo, de barrar a gargalhada deles, que se divertem com o nosso choro engolido, choro que precisamos engolir porque na segunda-feira temos que ir trabalhar para que não morramos de fome. Que barremos a Copa, que nos organizemos nos movimentos sociais, empoderando-os, fortalecendo-os, para fortalecer e empoderar as instâncias políticas e sociais onde o povo se enxerga e se representa, se constrói, se articula. Busquemos a Organização Popular. Busquemos a mudança profunda na sociedade, pois somente a partir de uma mudança profunda que o jogo vira pro lado de quem produz e nada tem - nada além da exploração, fome e repressão. E só o povo, o único interessado em tomar pra si o que de fato é seu, e que lhe é roubado todos os dias, pode tomar. Só o Povo Forte pode transformar.

 

Às ruas! À luta! À organização! Não se intimidar, não desmobilizar! Rodear de Solidariedade tod@s que lutam!!