quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

NÃO AO AUMENTO DAS PASSAGENS! RADICALIZAR PARA ERRADICAR!


"Dormia a nossa pátria mãe tão distraída sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações" - Chico Buarque

No apagar das luzes recebemos mais uma paulada na fuça: a prefeitura, a BhTrans e os mega-empresários donos das linhas de ônibus de Belo Horizonte e região metropolitana decidem aumentar a passagem do transporte coletivo, de já absurdos R$2.45 para R$2,65. O aumento será efetivado nessa sexta-feira, dia 31 de dezembro de 2011. Sabendo que milhares de pessoas viajam, outras dezenas de milhares estão em clima festivo e que não estamos em época escolar, a escolha do fim ou início de ano é uma tática bem tradicional que tem como objetivo justamente esta desmobilização popular e principalmente estudantil.


Em suas maracutaias instituídas no alto escalão da administração pública, os ricos se movimentam e não cessam, de nenhuma maneira, o avanço dessas medidas que os favorecem sobejamente e nos assolam incalculavelmente. Por não existirem forças institucionais suficientes que remariam contra essa política promiscua, fica então emergencial a necessidade de uma luta mais radical em resistência à essa austeridade que o governo e os empresários nos submetem.

Não existem argumentos que justifiquem esse aumento das passagens. Dizer que o aumento se dá em virtude do aumento do salário mínimo é gozar com a dignidade dos trabalhadores belorizontinos. Se para as famílias latifundiárias do transporte público de BH R$106,00 não é 1% de sua fatura milionária mensal, para os trabalhadores esses $106,00 custam muito caro, principalmente se seus filhos também andam de ônibus para irem estudar. Em BH, muitos estudantes têm que trabalhar, ajudar nas contas domésticas e largar os estudos, impossibilitando o exercício de um dos direitos fundamentais da juventude.

Levantar argumentos econômicos sobre inflação, apresentando um mar de números, estatísticas, porcentagens e comparações financeiras também não legitimam esse aumento. Mais astucioso, insisto sempre em criticar esses números e essa aparente confusão de informações financeiras que as mídias nos passam diariamente por dois motivos principais. 

O primeiro é que, com esse quase rizoma de estatísticas e números  apresentados excessivamente nos comentários de economia a favor dessas medidas capitalistas, o sujeito com potencial de criticá-las e inclusive lutar contra tais medidas se abstém naturalmente por justamente essa confusão criada. A crítica e a luta ficam aparentemente numa esfera mais distante e complicada.

O segundo motivo é que nós não devemos ser responsabilizados por crise capitalista nenhuma. Não devemos sofrer com inflações, com aumento de passagens e com o sucateamento dos setores cruciais para o povo, desencadeado pelos pacotes neoliberais lançado pelos governos. 

Os capitalistas criam a crise e são eles que devem sofrê-las. Interessante é ver o crescimento da economia do Brasil, levando-o a sexta maior potência econômica mundial enquanto é um dos países que tem mais terras concentradas nas mãos de poucos, um dos países com uma taxa de pobreza altíssima, um país com educação e saúde públicas podres, um dos únicos países que remunera vereadores. Interessante também é, falando dos vereadores, vermos aqui em BH o aumento de R$6.000,00 (seis mil reais) no salário dos vereadores, 61% em relação ao já escandaloso salário de R$9.000,00 (nove mil reais), passando para míseros R$15.000,00 (quinze mil reais).

Será mesmo que nós, trabalhadores, estudantes, desempregados, devemos pagar pelas crises capitalistas? Devemos continuar no antro da exploração servindo de pilar às regalias de outras poucas pessoas? Como pode a sexta maior economia mundial ter um salário mínimo tão baixo, produtos e serviços com preços tão altos, terras gigantes nas mãos de tão poucos e lucros anuais tão grandes das empresas estrangeiras e nacionais?

Existe um erro nesse esquema econômico, e esse erro chama-se capitalismo. Lutar contra o aumento das passagens é lutar contra o capitalismo. Mas não devemos nos limitar à lutas imediatas como esta. Esta luta, extremamente necessária, só se consagrará com uma consciência, unidade e radicalidade popular, assim como essa luta não deve ser algo isolado, ela se cria numa realidade bem mais ampla e deve ser desenvolvida para toda este realidade. Sem união popular, dos movimentos sociais, das entidades e organizações políticas, dos coletivos, das pessoas jamais alcançaremos satisfatórias vitórias nessa empreitada contra o capital.

NÃO AO AUMENTO DAS PASSAGENS!
O TRANSPORTE COLETIVO DEVE SER VERDADEIRAMENTE PÚBLICO!
PASSE-LIVRE JÁ!
QUE CRESÇA A RESISTÊNCIA AO NEOLIBERALISMO!
QUE CRESÇA NOSSO PODER POPULAR!

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