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| MAL-BH no grito dos excluídos de 2012 |
Em meio à efervescência política e à crise econômica mundial, à crescente descrença popular nas eleições e nos partidos políticos e à soberania marxista, muitas vezes reformista, na esquerda brasileira, é evidente que o anarquismo precisa retomar sua participação efetiva no campo político da luta de classes no Brasil. Para isso, é necessário um comprometimento e dedicação diferenciados em relação às demais esquerdas. Além do mais, não existe em Belo Horizonte nem sequer um vestígio de alguma antiga organização anarquista de cunho classista, o que dificulta de certo modo essa militância orgânica e influente libertária. O MAL-BH tem, então, como função imediata esses dois pontos cruciais, a criação consistente e também fortificação de uma organização política anarquista e, no decorrer desta empreitada, a ampliação de sua participação na esfera social da luta de classes.
O fator mais importante para guiar essa construção do campo libertário em BH torna-se justamente o estreitamento dos laços do MAL-BH com outras organizações anarquistas já consolidadas e com experiências necessárias para a maturidade de nossos militantes. Nesse sentido, o MAL-BH compreendeu neste ano de 2011 que sua integração ao FAO (Fórum do Anarquismo Organizado) é de suma importância para sua estruturação, uma vez que faria unidade com organizações experientes como a FAG (Federação Anarquista Gaúcha), a FARJ (do Rio de Janeiro) e a OASL (Organização Anarquista Socialismo Libertário), dentre outras organizações em todo o Brasil que também, indiscutivelmente, somam forças e experiências para nós.
Fazendo uma breve leitura desse ano de 2011, compreendo que foi um ano que terminou positivo para o MAL-BH. Foi o ano de retomada das agitações - encerradas no primeiro semestre de 2010 - e que já renascemos com uma proposta declarada de enaltecer a organização interna e atuar de maneira classista em suas agitações. Essa retomada foi marcada pelos novos militantes orgânicos que agora constroem a organização e pela ampla participação e presença nas lutas travadas no ano. Participamos da histórica luta popular pela educação guiada pela greve dos professores da rede estadual, das agitações em apoio à comunidade Dandara - sob ordem de despejo -, do próprio grito dos excluídos, no qual o MAL-BH apresentou uma postura radical focando principalmente nosso teor classista e as denuncias à instituição militar - que promoveu uma ditadura no Brasil e que até hoje seguimos com impunidade e desrespeito à memória do povo brasileiro -, além de outras lutas erguidas na capital mineira.
No campo interno, deve-se estabelecer um ainda maior comprometimento, da mesma maneira círculos de estudos devem ser permanentes. A formação de nossa organização, ainda não efetivada, só obterá exito com o desenvolvimento de nossa formação política. Por isso 2012 será o ano mais importante do MAL-BH, devendo assim trabalhar a fortificação de nossa unidade e nossas posturas em relação aos movimentos sociais.
Por 2012 ser um ano de eleições municipais, nasce então uma interessante oportunidade do MAL-BH se organizar e propagandear suas concepções e orientações políticas a respeito das eleições para a esquerda institucionalizada, a esquerda marxista não institucionalizada e obviamente para a população de Belo Horizonte. Muitas águas vão rolar e por isso é enfaticamente necessária a consistência orgânica anarquista de nosso coletivo.
A meta é militar sem cansar pela classe trabalhadora, pelo anarquismo e pelo MAL-BH, para que façamos das lutas sociais em Belo Horizonte mais combativas, anticapitalistas e antiautoritárias e do MAL-BH um grande expoente do anarquismo em BH, Minas Gerais e no Brasil.
"De pé, ó vítimas da fome!
De pé, famélicos da terra!
[...]
Se nada somos em tal mundo,
sejamos tudo ó produtores!
[...]
Senhores, patrões, chefes supremos,
nada esperamos de nenhum!
sejamos nós que conquistemos,
a terra mãe livre e comum!"
- A Internacional
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